A produção e distribuição de alimentos é fundamental para o bem-estar humano (Pelletier, 2019). Partindo desta reflexão pode-se concluir que a produção de alimentos mantém a vida humana e a sustentabilidade dos processos produtivos, sendo fundamental.
Empresas que se preocupam em identificar e solucionar os impactos gerados por sua produção, tendem a obter vantagem competitiva no setor que atuam, bem como tem maiores chances de assumir a governança da cadeia de suprimentos em que está inserida.
A explosão demográfica verificada no final do século XIX foi acompanhada de grandes avanços tecnológicos, que possibilitaram a manutenção da vida, no entanto estas mesmas estratégias que intensificaram a produção, armazenamento e distribuição de alimentos, deram origem a um dos nossos maiores dilemas, ou seja o custo ambiental, social e econômico destas intensificações, e as alternativas que iremos implementar, para garantir a manutenção da vida das gerações futuras.
O conceito de 'sustentabilidade’ é multidimensional, além de observar as premissas de ser ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável, nada acontecerá se não existir a sustentabilidade institucional, a implementação de políticas e regulação dos setores para alcançar o desejado “desenvolvimento sustentável”.
Ferramentas como Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) já são utilizadas com sucesso na determinação dos impactos (ambientais, sociais e econômicos), no entanto é necessário que seus resultados gerem transformação efetiva. Uma possibilidade que vem sendo amplamente difundida é a Economia Circular, em grande parte por sua capacidade de operacionalizar o conceito de desenvolvimento sustentável para as atividades empresariais.
Neste sentido podemos citar a iniciativa da União Europeia, que em 2015 lançou um plano de ação para promover a transição do modelo econômico linear para circular. Configurando uma iniciativa de fomento a sustentabilidade através de ação política, estimulando o desenvolvimento de estratégias de atuação de pesquisadores, empresas e governos em torno de um objetivo palpável.
O sistema econômico linear é baseado na extração, produção, consumo e descarte de resíduos, com consequente geração de inúmeras externalidades ambientais negativas. O Modelo econômico circular ou economia circular, se baseia na natureza o onde o resíduo de uma espécie serve alimento para outra, assim sendo propõe o fechamento dos ciclos produtivos, reutilizando matérias e prolongando a vida útil dos bens produzidos; objetivando reduzir a extração de recursos naturais e o volume de resíduos descartados de forma desordenada (poluição).
Assim sendo, a produção sustentável de alimentos, deverá passar por grandes transformações, observando os 3 R’s imperativos da sustentabilidade: reduzir, reutilizar e reciclar. Embora pareça relativamente simples esta equação, o êxito nesta tarefa virá acompanhado de mudanças comportamentais da sociedade, através da reutilização de bens, redução de extração de recursos naturais, redução de desperdícios, reciclagem dos descartes e até ressignificação do consumo de modo geral.
Parafraseando Foley, nosso principal desafio se refere a atender as necessidades alimentares de uma população crescente, reduzindo os danos ambientais para sua produção.
Texto da Engª Agrícola Maria Antônia D. R. Pires
Porto Alegre, 26 de julho de 2021.
Conteúdo ministrado pela Palestrante na Webinar Sustentabilidade para o Setor Alimentício do Projeto Café Virtual com Empresários e Pesquisadores.
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